Concurso para para professor assistente de percussão

 




 Oi! Tem um minuto?

“De Nazaré pode sair algo de bom??” Jo. 1,46
Prepara a leitura que vem textão!
 
No fim do ano passado eu me meti numa enrascada. Um concurso para professor de percussão em nível universitário.
Eu andava decepcionado com meu trabalho atual que mesmo com muita luta, pouco ou quase nada caminha. Muitas conversas com Deus no lombo da motoca, muitas dezenas no rosário… E então surgiu uma vaga.
Será que eu estaria pronto para ser professor de nível universitário?
Muitas horas de leitura. Muita preparação. O conteúdo do Diário do Batera praticamente sumiu, mas prioridade não tem plural. Ou é prioridade ou não é!
Vieram as provas: quatro fases!
A primeira prova no dia de N. Sra. Das Graças; e no dia de N. Sra. das Graças você só espera uma graça. E vieram duas: de seis candidatos, agora éramos 4; o sorteiro do tema da prova foi o melhor possível. Aqui deixo uma dica: numa prova dessa escreva a caneta e não pense em passar a limpo qualquer coisa. Não dá tempo, Ok?
 
Passei!
 
A segunda prova era “só” tocar.
Mas as lembranças de um último concurso que não passei nem da primeira fase ainda me assombravam…
Toquei. Nem sei como, mas toquei!
Acontece que depois da prova tinha um trabalho, numa outra cidade 4 horas de viagem distante. À princípio era só pegar o ônibus na rodoviária e ir. Chegaria com folga, faria o concerto (que era o último da turnê) e voltaria feliz da vida.
Deu tudo errado!
A prova atrasou, perdi o ônibus e fui salvo pelo amor da minha vida que aceitou fazer uma viagem de emergência de carro.
Uma série inacreditável de acontecimentos me levava a crer que não chegaria a tempo.
Pior! Que nunca mais ia tocar com a orquestra depois de um furo tão grande.
Mas aí a mãe das graças agiu novamente.
O concerto que fora agendado num horário, na verdade foi divulgado em outro, uma hora mais tarde. A missa na praça da cidade impedia o início no horário contratado.
O maestro passou o som, e já estava pronto pra atacar alguma ou outra música como batera, mas não foi dessa vez. Mesmo com engarrafamento e tudo mais, chegaria “no laço”.
E foi o que aconteceu.
Concerto feito.
Volta pra casa também com emoção pra dar tempo da patroa chegar no trabalho.
Ufa! Deu certo. 
 
Saiu o resultado:
Passei!
 
Terceira etapa: você tem que demonstrar que sabe dar aulas. Novamente um tema sorteado e depois generosas 24 horas para aprontar a aula.
Outra vez o melhor tema possível surgiu. Obrigado Casa do Menor São Miguel Arcanjo. Obrigado Mestre Rico!
Obrigado Escola de Música Villa Lobos!
Obrigado Thais e Carol!
 
Saiu o resultado:
Passei!!
 
Quarta etapa: análise de títulos.
Aí era a certeza de que a pouca experiência acadêmica iria pesar. E pesou.
Mas pouca experiência também é experiência. E valeu alguma pontuação afinal de contas.
Agora era aguardar DUAS SEMANAS para a apuração das notas e saber a classificação.
A cabeça nessa hora vai da certeza de que era possível passar, para a análise fria dos erros e a constatação de que no fim das contas competir honestamente já teria valido a pena.
 
Chegou o dia.
 
Décimos pra cá, pontos pra lá…
Admito que na leitura das notas da banca eu já não sabia de fato o que aconteceria.
 
E a graça aconteceu de novo:
Terceiro lugar geral!
 
 

 
 
O “menino” de Nazaré, de Belford Roxo divisa com Nova Iguaçu, de Miguel Couto, de Shangrila, da fábrica de café estava aprovado para quiçá ser professor de percussão de uma universidade pública federal.
 
2023 foi um ano bom. Mas foi um ano pesado... 
Vi a partida da minha Vó e sofri meu primeiro acidente mais sério conduzindo a moto justamente faltando um mês para a primeira prova. 
Mas 2024 chegou chegando!
 
Valeu o esforço, valeu o plano de estudo traçado milimetricamente com a ajuda de um professor alemão, valeu toda a ajuda, as dicas, e as mandingas dos amigos (Léo, Glauco, Jorginho, Thais e Carol), valeu o sufoco, a ansiedade.
 
“Mas você não foi aprovado. Não levou a vaga.”
Irmão, irmã, não é sobre levar uma vaga ou não!
É a prova de que de Nazaré pode sim sair algo de bom! 
 
“Vem e vê!”
Deus é bom!

 

 

 

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