Dia do Baterista
No dia 20 de Setembro comemoramos aqui no Brasil o dia do baterista.
Compartilho um texto escrito pelo colega Tiago de Souza que traduz um pouco da nossa paixão por esse instrumento tão fantástico.
Tocar bateria não tem a ver com "acompanhar".
Tem a ver com conduzir.
Não tem a ver com "dar chão".
Tem a ver com geografizar o tempo.
Não tem a ver com "bater".
Tem a ver com fazer vibrar.
Não tem a ver com velocidade.
Tem a ver com acelerar estruturas.
Não tem a ver com competição.
Tem a ver com expressão.
Não tem a ver com "tocar o que se sente".
Tem a ver com tornar em som o que se pensa.
Não tem a ver com trauma.
Tem a ver com trama.
Não tem a ver com "ritmo".
Tem a ver com fazer visível o correr do tempo.
Tocar bateria é o momento em que vida, História e o Tempo se cruzam, num emaranhado que poucos conseguem separar... Como os harmônicos de um prato, como o som da madeira na borda do tambor. Tudo está misturado.
É matemática e filosofia.
É razão e emoção.
Tocar bateria tem a ver com toque.
E o toque, ainda é a maneira mais fácil de marcar uma presença.
Caso haja algo haver, que seja a satisfação de ser melhor do que ontem, menor do que amanhã.
Se entre o "a ver" e o "haver" existe equilíbrio e contas pagas, perigas ver um baterista realizado.
Se entre o "a ver" e o "haver" sobram tristezas, que a Arte compense o saldo.
Tocar bateria é estar sempre em anacruze, olhando para o refrão que ainda não chegou.
Tocar bateria é mediar e com objetos inanimados, emular os ritmos da vida.
Tocar bateria não tem a ver com o bolso.
Tem a ver com o coração.”
Autor: Tiago de Souza
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